quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

OBRIGADA! É PRECISO AGRADECER!

Maíra Buarque

É preciso dedicar breves sussurros a agradecer. Engrandecer, ampliar as orações aos domínios do infinito. Decifrar o caos na inércia imprecisa da recusa. Reconhecer a interferência, incongruência, independência das palavras impensadas, ditas ao acaso, amorfas, destinadas a padecer. Agradecer! Obrigada! Assim é preciso me referir à grata satisfação de sentir-me merecedora de um dos preciosos exemplares da obra dedicada à memória dos momentos e histórias que tangenciam incontáveis vidas. Elóquios: Memórias das páginas que não rasguei, de Feiz Nagib Bahmed, é obra digna de permanecer, como devem estar intactos na memória dos que puderam ouvi-lo, os ecos das intensas e bem coordenadas ideias de seus elóquios.
Agradecer este raro presente de qualidade editorial incontestável, brilhante compêndio de conhecimento e absoluto domínio dos recursos da oratória e de nossa língua mãe, instiga reflexões e crenças. Palavras insistentes invadem os breves espaços comumente ocupados por corriqueiras indagações. Insistem em inspirar a inevitável gratidão ao ser escolhida para percorrer os caminhos desta obra oponente e delicada.
As memórias deste grande mestre convidam a agradáveis passeios por Belo Horizonte, cidade que acalentou meu berço e acompanhou meus passos até que alcancei a firmeza de caminhar para os meus sonhos. E ainda assim, encontro o inédito em seus relatos, uma BH que não vivenciei, na efervesceste Pampulha de outrora, nos espaços gentilmente cedidos em grandes avenidas para footings, encontros e bem-viver.
A Vila do Príncipe se mostra em todo seu esplendor, retratada na riqueza dos personagens nascidos nesta terra, que doou seu opulente brilho dourado à coroa portuguesa e, quando as jazidas minguaram, despertou o inexorável rútilo de seus filhos para Minas Gerais e Brasil.
Nas suas palavras encontro este Serro que o acaso me apresentou como futuro e onde recebo o privilégio de apreender a indelével arte de viver o cotidiano das pequenas cidades.
Este Serro que não é mais do ouro metal, guarda em seu legado grandes personagens históricos e admiráveis cidadãos e cidadãs contemporâneos que revivem e reascendem a vocação serrana de doar filhos ao país e inspiram a intenção humana nas artes, letras, política, economia, sociedade, religião em tantas caminhadas pelas Minas Gerais, Brasil e limites além mar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário