Os Ekos da Vila do Príncipe romperam o silêncio da
palavra e ocuparam o espaço em branco. Faz três anos que insistem em lançar
loas e comemorar as gentes que povoam a terra e o imaginário da Vila, que já
não é do príncipe, mas mantém a soberania das pessoas, lançando pelas Minas
Gerais, pelo Brasil e pelo mundo incontáveis pensamentos e pensadores. Por suas
páginas passaram a experiência das palavras de Feiz Nagib Bahmed, a primeira
testemunha deste feito; a responsabilidade e comprometimento do médico Walter
Machado; a altivez e serenidade de Mário de Almeida e Walderes Miranda; a
paixão da historiadora Zara Simões; a devoção de Ari Gonçalves de Almeida; a
alegria de Antônio Farnesi; a sabedoria de Geraldo de Miranda Nunes - conhecido
como Seu Didi - e a delicadeza de sua esposa, Dona Celina. E o Ekos não se
cansa, nesta edição lança a voz de José Reis Junior - José Rela - e de
Francisco da Cunha Freire - Cici - dois singulares personagens serranos que
deram vida ao cotidiano da cidade, com seu empreendedorismo e trabalho.

Para não deixar a palavra ir, dizer o que precisa
respirar e confirmar o olhar, o Ekos de Minas inaugura a provocação editorial
que, a partir desta edição, vai instigar vontades e propor novos parâmetros
para o olhar. A palavra que não fala é a primeira inspiração. A sutileza do que
não declara a voz, mas conta olhares e os maus dizeres, que não promovem
crescimento, mas outros males: entendidos e desentendidos.
É preciso abrigar a
intenção e dissipar o desejo de agradar, desagradando o outro, para que exista
desenvolvimento. A palavra que inventa intenções envenena a verdade e impede a
harmonia. É preciso mudar realmente. Não apenas os atores, mas a intenção.
Ampliar o pensamento para que o bem comum se sobreponha ao egoismo. Valorizar
as boas iniciativas, ainda que não ofereçam benefício direto. O quintal do
vizinho deve ser tão verde quanto todos os outros. O que determina o bem é o
olhar e a intenção. Obrigada e boa leitura.
Aproveito o espaço para colocar à disposição dos leitores serranos e outros interessados o meu texto "Serro de Minas Gerais, 1926. Irmão mata irmão e a cidade só fala no crime e no julgamento público", disponível pelo link http://www.recantodasletras.com.br/cronicas/2635689. Se o autor do Ekos de Minas desejar, pode disponibilizá-lo neste espaço ou fazer um link.
ResponderExcluir